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Casa da Passarela, Fundada em 1892, anteriormente á demarcação da região em 1908. Nunca se saberá se foi o clima, se foi a terra. Se foi o talento das pessoas que por cá passaram e das suas apaixonantes histórias e personalidades. Ou se terá sido, pura e simplesmente, sorte. Aquela mesma sorte que fez com tudo isto se encontrasse, no mesmo lugar, na altura certa, como uma benção de planetas alinhados, de Sol e chuva e da curiosidade dos homens.
Uma coisa porém é certa. Silenciosa e imponente, a velha montanha tem assistido ao nascimento de grandes vinhos neste pedaço de terra do Dão que tem a seus pés. E se para ela um século e meio é quase nada, no tempo dos homens muita coisa aconteceu desde que a primeira vinha foi plantada e a primeira pedra da Casa foi colocada, algures pelas últimas décadas do século XIX.
Atravessadas por tempos de guerra e paz, partidas e chegadas, esplendor e esquecimento, as terras da Passarella viram história a ser escrita - por muitos e talentosos autores, mas sempre com o seu sangue: o vinho.
Talvez as lendas não existam e sejam afinal verdade. Talvez a história, de facto, se repita. Ou, pura e simplesmente, talvez a sorte continue do nosso lado.
Seja como for, com a terra como página em branco, vamos continuar a escrever as nossas linhas, colheita após colheita.
Da mesma forma que o Dão é lendário, tanto pelas suas memórias como pela aparente naturalidade em produzir néctares que os homens não esquecem, a Casa da Passarella volta a colocar o seu nome nas bocas do Mundo – que, na nossa humilde opinião, é precisamente onde devem estar os grandes vinhos. Desde 2007, encontra-se nas mãos do empresário Ricardo Cabral, que quis manter o legado, preservar a herança dos60 Hectares de vinhas (as sete magníficas ou sobreviventes da vagarosa natureza) e do terroir magnifico que dispunha e pelas mãos do Enólogo Paulo Nunes, voltar a dar voz ao Dão e a Casa da Passarella no mundo. Produzindo vinhos de identidade e caráter.
11 anos. Esse foi o tempo exacto que demorou a concepção, crescimento e maturação de um vinho criado para receber o nome Casa da Passarella e perpetuar o nosso património, que se estende por bem mais de um século. Porque na realidade ele carrega consigo a responsabilidade de mais de 130 anos da nossa história. Nasceu das nossas sete vinhas próprias, onde se incluem várias parcelas centenárias, e que possuem uma variedade fora do comum de mais de 20 castas autóctones, como era aliás habitual nas primeiras décadas do séc. XX.
Villa Oliveira Touriga Nacional 2018, Este vinho expressa a vontade de fazer um Touriga Nacional de vinha velha. Numa região em que a vinha velha é constituída por um conjunto alargado de castas misturadas na mesma parcela, em 2009 resolvemos vindimar a partir de uma vinha única de 80 anos, o que implicou fazer uma selecção de Touriga Nacional no grande conjunto de castas dessa parcela. Desta vindima altamente seletiva nasceu um Touriga Nacional clássico, onde todo o processo de vinificação foi desenvolvido para privilégio da matéria-prima excepcional, não utilizando qualquer tipo de leveduras, enzimas industriais ou correções.
Cor Rubi opaco. No Nariz revela-se complexo, com notas de fruto vermelho silvestre, nuances florais e especiarias frescas. Na boca ainda é jovem e contido, revela-se a cada gole, revelando-se fresco, elegante e envolvente, de taninos firmes que lhe conferem complexidade, final longo e persistente. Grande potencial de envelhecimento.